2012 vazio por um futuro diferente ;

domingo, 30 de dezembro de 2012 às 21:47
Eu não queria ter abandonado aqui. E eu continuo considerando que não abandonei. Eu gosto daqui, eu gosto de poder desabafar aqui. É (ou era) um dos meus meios de extravasar minha mente turbulenta.

Mas acabou que esse ano foi diferente. Fiquei menos atribulado, confuso mas nem tanto, pude respirar melhor. Senti-me mais leve, menos carregado de todo aquele fardo que costumava levar nos anos anteriores.

Comecei um outro blog, para o qual fiz um post de ano novo agora pouco. Quis mudar, experimentar novos ares. Conheci o ZenWriter, um programinha interessante pra manter os desabafos atualizados sempre, com trilha sonora e tudo, e que também me destituiu um pouco da necessidade de vir aqui sempre.

Não te abandonei, Plastic Cell. Não abandonei tampouco vocês que possam eventualmente vir aqui esperando por algo novo. Só mudei um pouco minha vida, espero que entendam.

Que 2013 seja um bom ano. Que eu consiga cumprir minhas metas. Metas, porque promessas são facilmente descumpridas.

vacation is killing me ;

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012 às 21:58
Os dias tem sido iguais. Talvez seja esse período ocioso, a desobrigação das pessoas, o calor que queima, a chuva que cai todo fim de tarde. O espírito do ano novo não é justo. Ele busca sua vontade de viver, de articular, agir, pensar e falar. E te deixa largado à sua sanidade, ao seu passivo estado de espírito. Tudo fica tão longe, difícil de alcançar, por mais próximo que esteja.

Não quero a correria, mas quero a atividade. Quero sair sem ser engolido pelo sol e poder olhar para os rostos da multidão. Quero força de vontade para fazer o que tenho que fazer e poder dizer que joguei a preguiça de lado.

Mas não é tão fácil. Não quando as férias te massacram com o ócio e obrigações tão banais que não te permitem olhar o lado de fora. Não quando a multidão passa a estar em todos os lugares possíveis e estes ficam impraticáveis. Não quando todo o entretenimento é sem graça e pouco de bom resta. Não quando as pessoas se tornam inacessíveis.

Preciso de um pouco de boa vontade e alguém que me ajude a levantar dessa leseira imperdoável. Farei um esforço, enquanto espero (de pé!) o recomeço dos tempos.

2012 comes ;

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011 às 03:34
2011 chega ao end game. Foi um ano tempestuoso, que me deu várias lições e algumas alegrias também. Neste ano andei com meus próprios pés.

Entrei na faculdade, num curso que percebi, aos poucos, que não era o que queria fazer na minha vida. Desestimulei, mas não desisti. Continuo com o pé atrás sobre a minha escolha parcial (talvez por medo de errar de novo), mas creio que faz muito mais sentido pra mim que outras fazem.  Tive minha primeira experiência de emprego. Rápida, mas interessante. E deveras divertida, apesar de todo o tumulto.

Conheci gente de muitos tipos. Poucos os que realmente deram alegria aos meus dias, mas agradeço a todos que, de qualquer forma, tentaram ser simpáticos e compartilhar vida.
Comecei a aprender outra língua, coisa que desejava há tempos. Introduzi muito (mais) Radiohead em minha vida.
Estive um pouco fora daqui, em um pequeno limbo. Vivi da minha forma. Não me arrependo do que fiz. E tenho a agradecer.

Agradeço sobretudo aos amigos. Àqueles que puseram um sorriso no meu rosto em qualquer que fosse o momento. Aos que estiveram ao meu lado sempre que possível. Aos que mesmo de longe não se esqueceram de mim. Aos que me incentivaram ou reprimiram, mas me fizeram pensar, antes de tudo. Também à todos (os poucos) que me deram gás para escrever aqui.

Desejo um ótimo 2012 a todos. Muito sucesso a quem merece e saúde a quem está vivo. Tenham todos muita força de vontade e paciência. Busquem mudanças, não caiam na rotina. Que dêem muitos sorrisos, que mesmo nos dias mais turbulentos possam encontrar um carocinho de alegria. Que vivam como se não houvesse amanhã.


Até 2012!

vague ;

domingo, 4 de dezembro de 2011 às 20:59
Tenho tido tanto tempo para tudo quanto muito tempo para nada. Tenho dormido todos os dias com mil indecisões. Nessa minha epopeia não tenho feito nada além de vagar. Vago pela incerteza de minha vida. Vago pelos livros que desejam minha leitura. Vago também pelas ruas e caminhos da rotina.

De qualquer forma, esta é a graça de viver. Qual a beleza de ter tudo em mãos? Qual a emoção de ter todas as respostas que deseja? Qual o valor disso tudo?

Vaguei. Estive todo o tempo presente, mas ausente. Não produzi. Não só textos, como frutos para a vida. Tive algumas lições, no entanto. Permito-me dizer que valeu a pena. Permiti um tempo a mim. Não organizei tudo, não decidi tudo, mas encaixei algumas peças que estavam faltando. E respirei.

Quanto às lições, elas terão seus frutos futuramente. Assim espero. Vivi, aprendi. Sozinho. Fugi do desconforto que sentia em estar em certos lugares. Sinto-me melhor comigo, mas tenho etwas a melhorar.

Não prometerei nada a ninguém, nem a mim mesmo. Estou munido de paciência. Farei o que quero fazer, o que deve ser feito.

built by imagination ;

domingo, 4 de setembro de 2011 às 17:54

Eu deixei algumas coisas pela metade, mas não é hoje que vou terminá-las.

Ultimamente tenho tido momentos de pura imaginação e criatividade, muitas ideias tem brotado. Sinto-me confortável com elas, gosto da criação, só acho uma pena não poder executar tudo. Ideias para jogos, que vão ficar guardadas no papel. Ideias de histórias que talvez saiam da mente um dia.

A criação mais recente e interessante, para mim, aconteceu enquanto escutava Radiohead num ônibus parado no trânsito. Um clipe para a música. Apresentei-a visualmente para mim. Podia ver a sequência da filmagem inteira, como se aquilo já existisse e eu estivesse apenas recordando. Gostaria que ela fosse realizada, mas há uma distância razoável entre as partes envolvidas e a música já está outdated. Talvez para um fan video, mas tem que estar muito disposto. E nem todas as câmeras seriam facilmente reproduzidas.

Prazerosos os momentos nos quais tudo é ideal, vívido e claro.

Preciso continuar a viver.

i've been working like a dog ;

segunda-feira, 1 de agosto de 2011 às 16:16

Aconteceram, no meio de julho, os 5° Jogos Mundiais Militares, aqui no Rio de Janeiro. E nele eu tive meu primeiro emprego remunerado, como receptivo bilíngue (apesar de não fazer exatamente isso durante o período). Fiz de tudo um pouco, ganhei alguma experiência e vi no que não me meter mais. Conheci muita gente, umas muito simpáticas e amigáveis, outras (poucas) as quais não faço a menor questão de rever.

No começo, a oferta me pareceu tentadora, afinal era emprego o que estava procurando. Fui sem o menor medo, apenas com a vontade de trabalhar, sem saber de nada sobre a empresa que me contrataria, muito menos pensando no que viria a acontecer. Fiz a entrevista, recebi um email dias depois, com contrato para assinar. Na semana seguinte, o treinamento (que para nada serviu), provou que hard times were about to come. Não porque seria um trabalho difícil, mas que seria algo terrivelmente desorganizado (a começar por me deixarem congelado e eu ter que insistir pra trabalhar). Não reclamo, continuo feliz pela oportunidade, e agradeço mais uma vez àquela que me arrumou isso de última hora.

Pois bem, comecei na abertura, no estádio do Engenhão. Muitos estrangeiros, tantos quantos nunca havia visto de uma vez só. E vinham em bandos, misturados, e deveriam ser separados por países. Parece fácil. Seria, se carregassem uma bandeira. Os uniformes muitas vezes não tinham nenhuma simbologia que correspondia ao país, então tinhamos que perguntar. Para montes, que não paravam de andar.

Não só nessa atividade ficamos. Em resumo, foi um dia cansativo. Na segunda seguinte, comecei a trabalhar na Vila Branca, uma das vilas de atletas. Era a mais distante de todas, uma sina chegar até ela (mesmo com transporte particular que nos arranjaram). Pela manhã, fizemos credencial e fomos arrumar alguns bottons, até a hora do almoço. A partir daí, começou certa rebelião. Não tinhamos almoço, nem onde almoçar. Descobriram o contrato inicial, que dizia os direitos dos contratados (os quais não estavam sendo repassados). Todos, exaltados, tiveram que comer coxinha numa cantina do quartel ao lado da vila. E o dia terminou numa revolta, sob a promessa de que no dia seguinte tudo seria resolvido (e não foi, a lenda começou).

Sobre os broches desse dia, pelo menos dois foram conseguidos arduamente pelas minhas companhias, com atletas que nem inglês falavam. O iraniano entendeu nosso pedido, mas não entendia nem o "obrigado" que falamos em várias línguas (menos a dele, obviamente). O chinês ficou feliz quando lhe cumprimentaram com "ni hao". Pegou broches e envelopes de carta bonitos da competição para nos presentear. De resto, só queria saber de ir pro Cristo Redentor, dizendo "Cristo, me, Cristo!", enquanto apontava no guia turístico. Os outros foram mais fáceis de conseguir, os portadores falavam inglês (mesmo que mal). Aliás, foi neste dia que notei que realmente o inglês dos africanos é diferente. MUITO diferente, carregado de sotaque. Percebemos com o nigeriano simpático que veio nos pedir para trocar dinheiro (que não conseguiu, aliás). Ao fim do dia, assistimos a uma canadense dançar muito bem todo ritmo que tocavam, e outros dois americanos, desajeitadíssimos, tentarem acompanhá-la.

Quarta-feira fui parar na competição de esgrima, com mais uma menina que conheci no dia. Era perto de outra vila, mas não tinha ninguém lá. Fomos recebidos com ar de arrogância pelo supervisor do evento, mas que em um milissegundo se tornou simpático, nos dando acesso à sala vip e alimentação no rancho. O primeiro dos bons. Conversamos o dia inteiro com um Tenente, de cabelos brancos já, muito easygoing, que mostrou fotos de sua casa em Friburgo, e de suas diferentes arrumações de cama que fazia todos os dias ao levantar.

Quinta-feira mudei os ares, fui para a competição de taekwondo. Não tinha sala vip, apenas a área dos atletas (com comida bloqueada para nós nesse dia) e o almoço. Assistimos a lutas e ajudamos a quem necessitava. Mais pins conseguidos, também. Na sexta fui para lá novamente. Então liberado para nós, o lanche da área dos atletas deixou todos felizes e prestativos. Conheci grande parte do pessoal nesse dia. Diverti-me com as loucuras feitas pelo garoto especial (Johnny Paul, o espírito livre) que estava trabalhando com a gente. Já com os bizus, comemos em um rancho melhor, deveras mais gostoso e simpático aos olhares. Até mousse de maracujá tinha!

Ganhamos muitos souvenirs do Canadá na sexta. Canadá, aliás, que tinha a delegação mais simpática e civilizada da competição. Em um dos dias voltei para a vila em um ônibus com um árabe no banco de trás, que perguntou a todos a sua volta se havia problema em colocar música no celular (sem os fones). Não podia negar, e ninguém negou também. E lá foi ele, a viagem inteira, com engarrafamento e tudo, ouvindo aquelas músicas estilo "O Clone" que torravam a paciência. Ao meu lado, dois atletas do Kazakhstan voltaram jogando PSP como duas crianças que acabaram de ganhar o console.

Sábado foi o dia que me deixou insano. Era sábado, mas eu não sabia que era. Os dias trabalhados anteriormente me deixaram completamente perdido no espaço-tempo, e tudo parecia estar fora de lugar. Voltei novamente à esgrima, praticamente sozinho. Quase não fiz nada neste dia, além de ficar na sala vip assistindo à esgrima e ao pentatlo militar. No fim da tarde, antes de ir embora para minha vila, levei um desaforo de uma polonesa, o qual tive que engolir. Custava um pouquinho só de simpatia?

Fui dispensado no domingo, pois pegaria os turnos da madrugada nos dias seguintes. A primeira, de domingo para segunda, foi atribulada. Quase fiquei sem transporte, por duas vezes (para ir e voltar à vila). De casa para a vila, da vila para a base aérea. Da base aérea para a garagem dos ônibus que transportavam atletas. Duas horas depois, com muita sorte (e depois do final do turno) conseguimos, Pablo (o argentino do português bom) e eu, voltar ao ponto inicial.

Na madrugada seguinte, nada a fazer. Um frio congelante do lado de fora. Conseguimos um apartamento desocupado na vila para dormir. E foi o que fizemos, basicamente, até o fim do turno. Acabei por dobrar meu turno. Depois que todos chegaram para o turno, apareceram uma filhote vira-lata e sua mãe, e ficaram brincando com quem estava por perto. Atividades não faltaram pela manhã, no checkout dos atletas que restavam. Pudemos tomar café da manhã no refeitório que antes não podíamos usar. E que café da manhã tomamos. Voltamos ao trabalho e ao papo, depois almoçamos lá também (com direito a dois picolés de sobremesa), felizes pela conquista da liberdade no último dia. Deste momento, passamos a contar os minutos que nos distanciavam do fim daquele trabalho que tanto nos havia enlouquecido. Às três da tarde, uma leva foi embora comigo. Todos felizes pela oportunidade de reaver as horas de sono perdidas e viver uma vida normal novamente.

Uma ótima experiência vivemos. A empresa que contratou a maioria virou carta a ser jogada fora e só lembrada na hora de ser recusada. Nos afirmaram e não cumpriram. Desconhecíamos os valores anteriormente, mas soubemos que as outras empresas pagavam o dobro ou mais do que nos era pago. Não me arrependo, levo como aprendizado.

Aqui estão todos os brindes que consegui nesta empreitada.

Agradeço mais uma vez à quem me deu a oportunidade. Obrigado também pela paciência.

untitled adventures ;

sexta-feira, 17 de junho de 2011 às 18:33

01/06/2011 - Parabéns Giovana!

Há muito não escrevo sobre minhas pequenas aventuras de vida. Não há tempo, há apenas o caos dos trabalhos e provas, munidos da maravilhosa e doce preguiça, que toma seu espaço sem vergonha de ser feliz. Aguardo pelo fim do semestre, ou ao menos as semanas que terão apenas as aulas de química. Terei tempo, terei vontades. Enquanto isso apenas durmo e tento estudar.

Ultimamente tenho lido alguns blogs, coisa que não fazia há tempos. Todos os três diferentes do meu, e muito divertidos de se acompanhar. Ficcionais ou não, tornaram-se meu passatempo antes de dormir.

Tive uma crise de identidade ao fazer a barba há alguns dias (hoje já está grande novamente).

Fui a um pub inglês pela primeira vez. Tequilei. Virei minha segunda noite em uma praia. Desta vez sem violão, mas fiquei bem. Vi o sol nascer atrás dos prédios, pois não nasce no horizonte de Ipanema.

Voltando à tequila, foram míseros 3 shots. Era dose dupla, e o tequileiro "hispano-hablante" incansável não parava de circular sobe seu chapéu de cowboy, nos empurrando a _TEQUILHA_. A noite acabou dando errado, mas não terminou ruim (pelo menos para mim).

Mal dormi em casa, saí para almoçar e acabei estacionando na casa de um amigo. Entre Guitar Hero's e trucos, foi descoberta uma Natasha na geladeira.

Ah...Natasha. Tão seduzente quanto estonteante.

Uma semana de estudos e finalmente um laboratório. Só este já revigora o espírito.

Filmes e mais filmes. Senti saudade deles. "Hooligans" ficou pendente, assistirei assim que puder. Talvez entre um problema e outro de cálculo.

Acabo de me lembrar de uma pendência urgente. Não tão urgente, mas já adiei demais. Enquanto isso, abuso do colírio.



(Comentários: Já assisti 'Hooligans' e achei muito bom. Não faço minha barba desde essa última vez que falei no texto, acredito que terei uma crise pior se fizer. Meus trabalhos tão quase todos prontos - inclusive o de metodologia com experimento- e entregues. E o cálculo, bem... deixa pra lá)

sleep tight ;

quinta-feira, 2 de junho de 2011 às 19:53

(23/05/2011)

Sonhei. Sonhei com tudo o que não queria sonhar. Sonhei tudo de uma vez.

Pesadelo. Não era real, nem dava a sensação de tal. Mas eram imagens decepcionantes, que machucavam e não tinham pudor de irritar. Meu interior se debatia pela liberdade. Queria apagar aquelas memórias irreais que incomodavam tanto. Sem sucesso.

Acordei. Estava livre daquela fantasia perturbadora que havia tomado poucos minutos (um tanto quanto extensos) da minha consciência. Pouco à vontade, procurei me certificar de que estava acordado e lúcido. Já era hora de voltar a vida.

Levantei-me. Foi neste momento que percebi o quanto nada mudara e que os pesadelos reais iriam voltar à tona. Temporariamente, os anteriores se esvaíram (o que não significa que eram menores, apenas que eles não haviam chegado à esfera da realidade).

Respirei. Notei que não havia muito o que fazer, apenas encarar mais um dia como os outros, tentando, mesmo que sem sucesso, tornar as coisas um pouco diferentes.

Afinal, ainda vivo.


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